Nosso sonho...

Jovens estudantes de Licenciatura, que sonham e vêem na educação, a esperança para um mundo que a cada dia que se passa perde mais os valores éticos e morais. Uma sociedade em constante mudança, precisa ser estudada e compreendida, para que haja uma melhor compreensão do que se passa, e qual solução tomar. E é isso que nós fazemos.

Ass. Moderador.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Escolas no Brasil, sinônimo de descaso

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

   Essas palavras estão gravadas em nossa Constituição desde 1988, e dá a educação um lugar de honra nas nossas vidas... Ou pelo menos esse era o plano. 27 anos depois, o Brasil, a "pátria educadora" como é conhecida atualmente, sofre com o descaso público para com as escolas. Das comunidades ribeirinhas no Acre, ao sertão nordestino, alunos e professores convivem com falta de matérias nas escolas e estruturas que põem em risco a vida de todos os envolvidos.
      Escolas sem sanitários, aulas dadas em baixo de uma mangueira por falta de estrutura adequada, essa era a realidade de uma escola em um assentamento no Acre, há 3 anos. Os professores conseguiram trazer alguns deputados a escola, onde eles constataram o obvio, ter aulas ali era impossível. Em 2012 a situação se repete em Cuiabá, onde os alunos da rede municipal tinham que levar materiais básicos para o funcionamento da escola e em dias de chuva, as aulas eram canceladas por causa da estrutura do prédio que era completamente inundada. E há quatro meses, foram encontrados no Maranhão, casebres que serviam de escolas de ensino fundamental.
     Esse problema também é visível aqui no sertão nordestino, que se agrava principalmente em épocas de seca. As crianças muitas vezes não tem o que comer ou beber nas escolas e tanto elas quanto os professores muitas vezes precisam andar quilômetros para chegarem as escolas. Escolas essas que vão de casas de pau-a-pique até casas de alvenaria sem piso e teto irregular. Além dos nossos vizinhos maranhenses, em Alagoas, crianças acordam de madrugada para serem transportados de caminhão, o ônibus escolar dado pela prefeitura do município.
  Nenhum desses casos pode ser considerado isolado, pois o descaso das instituições responsáveis abrange grande parte das escolas brasileiras. De acordo com os dados coletados pelo Sistema de Avaliação Básica (SAEB) em 58 mil escolas avaliadas pelo questionário que acompanha a inscrição da Prova Brasil 2009, 23,5% das instituições apresentam sinais de depredação, como portas e janelas quebradas, ou carteiras em péssimo estado. 36,4% delas necessitam de reforma de cobertura, pondo em risco a segurança de qualquer pessoa que as freqüente.
Já o pesquisadores da UnB (Universidade de Brasília) e da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), dirigindo um estudo chamado de “Uma escala para medir a infraestrutura escolar”, apoiou-se no Censo Escolar de 2011 que abrangeu 194.932 escolas, e constatou  que apenas 44% das escolas elementares  e 0,6% das escolas avançadas, possuem condições próximas das ideais estabelecidas pelo CAQI (Custo Aluno Qualidade Inicial), e contam apenas com água encanada, sanitário, energia elétrica, esgoto e cozinha. Concluíram também que 72,5% não possuem bibliotecas e que o Brasil ainda possui mais de 13 mil escolas sem luz.

  E assim continuamos, estagnados em um presente que nos faz duvidar se há realmente um futuro e se iremos fazer parte deles. Do ensino básico ao superior, educadores e educandos sofrem com cortes, corrupção, pedras que se acumulam em uma jornada que deveria ser tranquila e natural. O Brasil antes de se vender nas mídias como “pátria educadora” deveria voltar e reaprender o “bê-a-bá” junto com milhões de brasileiros que tem um dos direitos mais simples corrompidos todo ano: o de aprender.







Autores: Nathany Costa
               Arthur Filipe 

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