Paulo Freire fala do
compromisso do profisional com a sociedade primeiramente enfatizando que é do
profissional e não de qualquer um, o que hoje em dia é de extrema importância
já que o profissional só pode ter um compromisso verdadeiro se ele for consciente
de que aquela realidade em que ele vive é sim mutável, para que desde então ele
possa transformar esta realidade no total. Ou seja, aquele homem focalista não
pode construir um compromisso, se ele não entende o total ele não pode
comprometer-se. É disso que um profissional precisa ter, para isso deve-se
refletir sobre o aspecto humanista que alguns homens dizem ter e que os memos
visando este aspecto optam pela técnica. Fato que acaba se contrariando, já que
se ele opta pela técnica ele está excluindo a parte humana dos seres ao
tratarem da agricultura sem o uso das máquinas, por exemplo, como uma perda de
tempo e quererem cada vez mais substituir os humanos por máquinas para ganhar
tempo.
Se o compromisso é com o
homem, então por que ele tenta prescindir da ciência? Eis a questão do mundo
atualmente. De tanto o homem querer não perder tempo ele acaba por formar
humanos incapazes de criticar, humanos focalistas, alienados, que com isso vêem
a técnica como um progresso e não notam que ela só os torna cada vez menos
humanos.
A primeira condição para
que um ser possa assumir um ato comprometido está em ser capaz de agir e
refletir. O ser deve ter consciência de que ele está no mundo, a qual lhe
condiciona a notar que ele tem a consciência disso e que ele está imerso no
mundo e pode chegar a relacionar-se a ele, desde então poderá entender a sua
realidade e assim assumir o compromisso de ser humano e modificá-la.
1. QUAL O TEMA TRATADO PELO
AUTOR?
2. QUAL O PROBLEMA QUE ELE
COLOCA?
3. QUAIS OS ARGUMENTOS
CENTRAIS E COMPLEMENTARES UTILIZADOS PELO AUTOR PARA DEFENDER SUA POSIÇÃO?
1 - O autor trata de como o
profissional pode assumir um compromisso com a sociedade e explica do que é
necessário para que tal compromisso sera verdadeiro, do que o profissional
precisa ser consciente para poder comprometer-se.
2 – O problema que ele
coloca é que o profissional está cada vez mais construindo falsos compromissos,
colocando a tecnologia como progresso e os humanos como atraso, perda de tempo,
isso com o discurso de ajudar os humanos. Paulo Freire fala que neste aspecto
os seres humanos estão cada vez mais alienados, incapazes de criticar, sendo
assim são incapazes de modificar a realidade da sociedade já que não conseguem
a ver como um todo, são focalistas.
O autor defende que o
comprometimento verdadeiro do profissional com a sociedade só existe quando o
profissional percebe que tem a capacidade de perceber que está em uma realidade
mutável, mas, pra isso ele precisa criar um senso crítico, refletir, perceber
que pode mudar sua realidade e não apenas reproduzir, se aproximar mais do que
realmente é, um ser humano, e não uma máquina, que consiga sair da alienação.
4 - O homem alienado,
frustrado e inseguro resultante da desumanização causada pela sua escolha de
ganhar tempo substituindo os humanos pela tecnologia, vê mais as coisas na sua
superfície e não o seu interior, é focalista e não consegue comprometer-se com
a humanização já que refere-se a ela como perda de tempo. E disso surge a
contradição: “para não perder tempo” o que fazem é perdê-lo. A alienação (ou
alheamento) cultural que sofrem as sociedades hoje ocorrem devido a importação
de técnicas e tecnologias sem a devida resolução “sociológica de cada área”.
Não há técnicas neutras que possam ser transplantadas de um contexto a outro, a
alienação do profissional não lhe permite perceber esta obviedade. Ele não
consegue se comprometer a partir de que o instrumento para sua ação não é
próprio para sua sociedade. O profissional hoje em dia encontra-se impedido de
formar um compromisso verdadeiro, já que a minoria inluencia a maioria alienada
por eles, sem ter a consciência disso. O homem não deve-se julgar como
profissional se ele habita um mundo “estranho”, desconhecido por ele que só
segue as ordens ditas pelas minorias e que o torna cada vez mais incapaz de
refletir e agir para que ele não passe a ser aquele que dita as ordens e não
aquele que obedece.
Autor: Pedro Lucas
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